Nintendo Switch 2 pode ficar mais caro com tarifas de Trump, diz presidente da Nintendo

O Nintendo Switch 2 — sucessor aguardado do console híbrido mais vendido da história — ainda nem foi lançado, mas já enfrenta potenciais desafios que podem impactar diretamente seu preço final. Em uma recente entrevista, Shuntaro Furukawa, presidente global da Nintendo, expressou preocupação com as tarifas de importação que podem ser reintroduzidas nos Estados Unidos caso Donald Trump vença as eleições presidenciais de 2024.

Essa possível volta das tarifas sobre produtos importados da China reacende um alerta no setor de tecnologia, especialmente para empresas que, como a Nintendo, terceirizam a produção de seus consoles no território chinês.

Neste artigo, vamos entender:

  • O que Furukawa disse
  • Como as tarifas podem impactar o Switch 2
  • O histórico de Trump com tarifas
  • As implicações para o consumidor
  • E se existe alguma solução no horizonte

O que o presidente da Nintendo disse?

Durante uma conferência com investidores em junho de 2025, Shuntaro Furukawa foi questionado sobre o possível impacto das políticas protecionistas de Trump nos custos de produção da Nintendo. Ele respondeu com cautela:

“Monitoramos constantemente o cenário político dos mercados onde operamos. As tarifas sobre produtos chineses podem aumentar os custos operacionais e afetar o preço final ao consumidor.”

Furukawa não citou diretamente o nome de Trump, mas a preocupação é evidente: uma nova onda de tarifas pode forçar a Nintendo a reajustar os preços do Switch 2 — um movimento que pode comprometer sua competitividade frente a rivais como Sony e Microsoft.


Qual o impacto real das tarifas de Trump?

Durante seu mandato, Donald Trump impôs tarifas pesadas sobre centenas de bilhões de dólares em produtos chineses. Entre eles, estavam bens eletrônicos, componentes de hardware e dispositivos de consumo, o que incluiu produtos como:

  • Consoles de videogame
  • Smartphones
  • Peças para computadores
  • Dispositivos de streaming

A tarifa mais relevante foi de 25% sobre produtos eletrônicos fabricados na China, o que forçou empresas como Apple, Sony, Microsoft e a própria Nintendo a repensarem sua cadeia de suprimentos.

Se Trump vencer as eleições de 2024 e retornar ao poder em 2025, já há indícios de que ele pode restabelecer ou até ampliar essas tarifas, o que afetaria diretamente os custos de fabricação do Nintendo Switch 2.


Nintendo Switch 2: o que já sabemos

Apesar de ainda não ter sido oficialmente anunciado, o Switch 2 (nome provisório) já teve uma série de vazamentos e especulações confiáveis. Espera-se que o novo console traga:

  • Suporte a gráficos em 4K (modo dock)
  • Tela OLED maior, com taxa de atualização de 120Hz
  • Compatibilidade com jogos do Switch original
  • Chip personalizado da NVIDIA, com foco em desempenho e DLSS
  • Melhor autonomia de bateria
  • Novo sistema de resfriamento silencioso

A expectativa é que o console seja lançado entre novembro de 2025 e março de 2026, com um preço estimado de US$ 399 a US$ 499 nos EUA. No entanto, com tarifas de importação de 25%, esse valor poderia saltar facilmente para mais de US$ 550 — o que poderia prejudicar as vendas, especialmente em comparação com o PlayStation 5 Slim e o novo Xbox Series X 2025.


Por que a Nintendo produz na China?

Assim como grande parte da indústria de tecnologia, a Nintendo depende da produção em massa na China por três motivos principais:

  1. Custo de produção mais baixo
  2. Logística integrada e infraestrutura avançada
  3. Fornecedores de componentes altamente especializados

Fabricantes como Foxconn e Pegatron, que também produzem iPhones e laptops, são parceiros da Nintendo na montagem de seus consoles. Uma eventual mudança para fábricas fora da China exigiria investimentos bilionários e tempo considerável de transição — algo impraticável a curto prazo.


Alternativas da Nintendo para evitar aumento de preço

Furukawa não revelou planos concretos para contornar as tarifas, mas existem algumas estratégias possíveis, caso o cenário realmente se concretize:

1. Mudança parcial de produção

A empresa poderia transferir parte da produção para países como Vietnã, Índia ou México, onde os custos são baixos e as tarifas americanas não seriam aplicadas.

2. Subsídio da própria Nintendo

Para manter os preços competitivos, a empresa pode absorver parte dos custos adicionais, mesmo que isso reduza sua margem de lucro inicial.

3. Redução de especificações técnicas

Outra opção seria lançar um modelo base mais simples, com menos recursos, e vender upgrades (como dock com suporte 4K) separadamente.

4. Acordos comerciais ou exceções

A Nintendo pode buscar isenções específicas junto ao governo americano, assim como Apple fez em 2020, alegando que seus produtos são essenciais para a economia e inovação.


Como o consumidor será afetado?

Caso as tarifas entrem em vigor e a Nintendo repasse os custos, o consumidor pode sofrer de duas maneiras principais:

  1. Preço de lançamento mais alto: o Switch 2 pode chegar com valor elevado no mercado americano, afetando a base de jogadores que busca um console acessível.
  2. Inflação internacional: países como o Brasil, onde o Switch já é caro devido a impostos, podem ver os preços subirem ainda mais com o novo modelo.

Além disso, se os concorrentes da Nintendo produzirem fora da China (como já ocorre em parte com Microsoft e Sony), o Switch 2 pode parecer menos atrativo em custo-benefício, mesmo que tecnicamente seja competitivo.


Histórico: Nintendo já enfrentou esse problema antes

Em 2019, quando Trump implementou as tarifas iniciais, a Nintendo reagiu rapidamente:

  • Transferiu parte da produção do Switch Lite para o Vietnã
  • Revisou contratos com fornecedores
  • E conseguiu manter os preços estáveis nos EUA

No entanto, o cenário atual é diferente. O Switch 2 terá hardware mais poderoso, mais caro de produzir, e margens menores. Repetir a mesma estratégia pode não ser suficiente desta vez.


Especialistas comentam

Analistas do setor acreditam que a situação pode ser contornada se a Nintendo agir com antecedência. Segundo Daniel Ahmad, analista da Niko Partners:

“A Nintendo já demonstrou capacidade de adaptação. Mas tarifas inesperadas podem atrasar o lançamento ou encarecer o console de forma significativa.”

leia também: Pré-venda do Nintendo Switch 2 Já Está Ativa: Onde Comprar, Atualizações e Estoques ao Vivo
PlayStation 6: Tudo o que Sabemos Sobre o Futuro Console da Sony

Outro ponto levantado por analistas da Bloomberg é que a Nintendo deve avaliar cuidadosamente o momento ideal de lançamento. Se houver incerteza política nos EUA até novembro, a empresa pode decidir adiar o Switch 2 para evitar prejuízos.


Conclusão: um possível obstáculo, mas não uma catástrofe

Embora as tarifas de Trump representem um obstáculo real, a Nintendo tem histórico de superação e estratégias ágeis. O Switch 2 continua sendo um dos consoles mais aguardados da década, e mesmo um preço inicial mais alto dificilmente impedirá seu sucesso global — embora possa atrapalhar sua penetração em mercados sensíveis a preço, como América Latina e Sudeste Asiático.

Seja qual for o desfecho político nos EUA, o consumidor precisa estar preparado: o novo Nintendo Switch pode custar mais do que esperamos — e não por causa da tecnologia em si, mas da política internacional.


Tabela: Possíveis variações de preço do Switch 2

SituaçãoPreço estimado (EUA)Observação
Sem tarifasUS$ 399 a US$ 449Preço base esperado
Com tarifas de 25%US$ 499 a US$ 560Com repasse total ao consumidor
Com produção fora da ChinaUS$ 449 a US$ 479Cenário intermediário
Com subsídio da NintendoUS$ 399Menor impacto ao consumidor


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🔗 Leia a cobertura completa da Bloomberg sobre as tarifas de Trump


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